domingo, 11 de setembro de 2011

O LADO REAL DE UM CONTO DE FADAS


Com o marido de férias no Rio, Aída Leiner pretende voltar à Alemanha assim que terminar de gravar "Vamp". Mas seus planos incluem O Brasil, sempre que houver um bom trabalho.

Não é só em novelas que o amor quebra barreiras. Que o diga Aída Leiner, a Branca de "Vamp". De volta ao Brasil, depois de dois anos na ponte-aérea Rio — Berlim e mais dois morando na Alemanha, ela veio de férias com o marido e aproveitou o convite feito pela produção da novela para viver a personagem, que considera fantástica. Como num conto de fadas, o encontro, em 1987, de Aída com o alemão Rainer, proprietário de bares e restaurantes em Berlim, resultou em amor à primeira vista:

— Desde que chegamos, em março, Rainer passa um mês aqui e outro lá, já que não pode abandonar seus negócios. Estamos apaixonadíssimos e, agora, minha casa é na Alemanha, onde estou desenvolvendo um trabalho de teatro radiofônico — ela conta.

Aos 28 anos, filha de judeu descendente de poloneses com uma negra sergipana, Aída enfrentou todas as dificuldades que uma mulher bonita e atriz pode esbarrar. Mas, como boa leonina, driblou os problemas e conquistou seu espaço no cinema, no teatro e na TV. Vivendo a Branca, que teve de batalhar muito para se livrar do trauma da morte da filha e sufocar o amor que sentia pelo marido de sua melhor amiga, ela conta que a personagem "voltou da França cheia de planos". E até um envolvimento amoroso com Max (Francisco Milani) está previsto:

— Ela retornou misteriosa — define a atriz.

Como sua personagem, Aída também foi buscar a realização fora do Brasil. Ao concorrer no Festival de Berlim com o filme "Vera", há quatro anos, a atriz descobriu que poderia mudar sua vida sem se exilar:

— Fiz grandes amigos e conheci o Rainer. No início, era amor platônico. Voltei ao Brasil e começamos a nos corresponder. No final de 87, ele veio e me conquistou para sempre. Dois anos depois, resolvi mudar para a Alemanha, já que a gente estava quase enlouquecendo nessa ponte-aérea.

A atriz comenta que, apesar de a sociedade alemã ser muito diferente, não encontrou problemas de adaptação no país que escolheu para morar:

— Por mais que eu fale bem alemão e conheça o background cultural daquele povo, nunca vai ser a minha pátria. Vou estar sempre interpretando para um público estrangeiro. Mas tudo isso é muito enriquecedor para uma atriz.

Confessando-se fã número um do trabalho da mulher, Rainer, de 39 anos, já está bem adaptado ao Brasil e fala português com fluência. Ele conta que gosta muito de 'Vamp' e não perde um capítulo:

— Adoro comédias. As outras novelas, tenho uma certa dificuldade para entender, mas o tema de 'Vamp' é universal.

O Globo
10/11/1991

Assista o Capítulo 110 exibido nesta sexta-feira

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