O MITO

Em Armação dos Anjos, litoral fluminense, o capitão reformado Jonas Rocha, viúvo com seis filhos, casa-se com a historiadora Carmen Maura, também viúva e com seis filhos. Eles terão problemas inéditos, além daqueles comuns a uma família numerosa, ao entrar em contacto com os vampiros que assolam a cidade com a chegada da famosa cantora Natasha para a gravação de um clipe.

Natasha, uma cantora de rock, vendeu sua alma ao terrível Conde Vladymir Polanski, chefe dos vampiros, para brilhar na carreira. Mas ele descobre que em encarnações passadas ela era Eugênia, o seu amor, que preferiu ficar com Rocha, a outra vida do Capitão Jonas. O conde passa então a perseguir Natasha e a família do capitão, inclusive usando de seus poderes para envolver Carmem Maura.

Natasha, por sua vez, quer destruir Vlad para se livrar de sua maldição. A única arma de que dispõe para isso é a Cruz de São Sebastião, que está escondida em algum lugar em Armação dos Anjos. A cruz deve ser manejada por um homem chamado "Rocha". O herói é portanto o Capitão Jonas.

Também está em Armação o bandido Jurandir, fugindo de Cachorrão, um líder de marginais que Jurandir assaltou por engano. Na cidade, ele se esconde nas vestes de um padre, fica amigo da garotada e recebe o apelido de Padre Garotão. A batina, no entanto, não é tropeço para seu louco namoro com Marina, a protegida de Cachorrão.

Vampiros, rock, suspense, comédia e muitos jovens foram os ingredientes de Antônio Calmon para emplacar este sucesso. Uma inesperada surpresa, com roteiro incomum e muitas novidades a cada capítulo. Valorizada a direção de Jorge Fernando, empolgante ao dirigir cenas de ação e os embates com as legiões de vampiros.

O enredo aos poucos foi se transformando numa chanchada de terror. Toda essa anarquia não ofuscou o lado romântico da novela com o casamento de Jonas e Carmem Maura (Reginaldo Faria e Joana Fomm).

No elenco afiado, muitos foram os destaques: o hilário casal de vampiros Matoso e Mary (Otávio Augusto e Patrícia Travassos), a dupla de caçadores de vampiros Alice Penn Taylor e Augusto Sérgio (Vera Holtz e Marcos Frota), e o chefe dos vampiros Vlad, grande momento de Ney Latorraca. Isso tudo apesar dos "defeitos" especiais, ainda muito precários (os atores mal conseguiam falar com as dentaduras postiças).

Destaque também para o elenco infanto-juvenil. Foi a primeira novela da atriz Fernanda Rodrigues (uma menina na época), e do ator André Gonçalves.

A atriz Débora Bloch e a cantora Paula Toller (do Kid Abelha) foram as primeiras sondadas para viver Natasha, papel que acabou ficando com Cláudia Ohana.

A novela contou com a participação de Giulia Gam em seu início, vivendo uma amiga roqueira de Natasha. Ainda na fase final, Maria Zilda e Cristina Pereira também marcaram presença ao interpretarem ex-mulheres de Matoso.

Além do Brasil, a novela teve Lisboa e Veneza como cenários. Ao som de músicas sacras do grupo Enigma, Cláudia Ohana dançou numa praça em Veneza, em meio aos pombos. Sem saber que a canção era proibida em toda a Itália, a produção da novela foi abordada por policiais que interromperam a gravação. Levada ao ar, a cena é uma das mais marcantes de Vamp.

Duas novidades marcaram a linguagem desenvolvida em Vamp: a gravação de diversas cenas no formato de videoclipe - sem palavras, muita ação, sucessão rápida de planos - e a transformação do último take de cada capítulo num quadro de história em quadrinhos, idéia do diretor Jorge Fernando.
 
A maquiagem usou próteses dentárias, lentes de contato de diversas cores e recursos variados para a caracterização dos vampiros.