terça-feira, 20 de setembro de 2011

ALÉM DA NOITE PRETA - A MISTURA CERTA PARA FAZER NATASHA


Junte-se num caldeirão uma pitada da matriarca Mortiça, da família Adams, o jeito lânguido da Mulher-Gato, o canto sensual das roqueiras Madonna e Janis Joplin, longas unhas postiças vermelhas, afiados dentes caninos, lentes de contato coloridas e, é claro, Cláudia Ohana. Aí está a receita certa para termos a vampira Natasha, a grande curtição da atriz no momento, ao lado da filha Dandara, de 8 anos:

- Está sendo o máximo viver a Natasha e ter essa excelente oportunidade de cantar, dançar e representar, um fato raro para um ator no Brasil. Ela é tudo e posso brincar o tempo todo, fazê-la bem menininha, bem vamp ou esnobe, mas é do seu lado cômico que mais gosto. A novela é uma grande brincadeira e a direção do Jorginho Fernando nos dá essa chance fazer humor.

Sem nunca ter imaginado que um dia ia viver uma vampira, muito menos uma vampira roqueira, Cláudia foi compondo sua Natasha aos poucos:

- Na parte do rock, fui para o lado das superestrelas, uma coisa meio fresca que também tenho dentro de mim. No lado vampiro, pus a languidez e aquela maquiagem branca da Mortiça Adams. Ao mesmo tempo, tenho que ser sensual e engraçada, daí ir arriscando na comédia, pois tinha muito medo por nunca terem me visto em nada cômico. Geralmente, quem tem um rostinho bonito vai ser a mocinha quietinha, falando "oh, meu amor, eu te amo" . Mas agora a Natasha faz o que eu quero.

Se a vampira a surpreendeu agora que é uma atriz conhecida, imagine nos tempos em que a carioca Maria Cláudia Carneiro da Silva, aquariana com ascendente em Leão, era uma criança medrosa, que não perdia as assustadoras sessões da meia-noite na TV, desde que acompanhada de alguém mais velho:

- A criança tem uma fascinação pelo medo, ou seja, ao mesmo tempo em que tem medo, gosta de assistir a filmes de terror. Eu era assim. Fui uma criança medrosa, tinha muito medo de tudo mesmo, de fantasmas, de vampiros, mas gostava de ver filmes de horror. Com a novela, as crianças passaram a ter uma outra visão dos vampiros, do bem do mal.

Das cenas que já gravou, a atriz destaca duas inesquecíveis:

- Teve uma no estúdio que demorou um dia inteiro, quando o Vlad botou fogo na casa da Natasha, eu ficava pendurada na parede, o Rafa (Marcos Breda) encarnava na Jezebel (Beth Coelho), os bombeiros chegavam, enfim, tudo acontecia. A outra foi dançar e cantar na praça, em Veneza. Mais marcante do que isso, impossível.

Embora ser vamp já tenha virado moda, Cláudia Ohana lembra que o fato de usar lentes de contato - no seu caso amarelas e gelatinosas e colocadas por ela mesma é um tremendo sofrimento:

- Tenho pavor de qualquer coisa na minha vista e, quando ponho as lentes, preciso de silêncio, fico aflita, mal-humorada e algum tempo olhando para baixo. Depois de tirá-las, passo horas vendo tudo embaçado. Agora, por exemplo, fiquei um mês sem usá-las e, na volta, senti horrores.

A graça fica por conta das próteses dentárias:

- Os dentes não doem. O problema é falar e levar a sério o que se está falando. O dia em que o Fábio colocou os caninos pela primeira vez era impossível se fazer a cena, dava vontade de rir o tempo todo. Minhas cenas com o Guilherme Leme, por exemplo, foram apelidadas de Mônica e Cebolinha conta, divertindo-se.

Filha da falecida montadora de filmes Nazareth Ohana, que estimulou ne!a a paixão pelo cinema, aos 11 anos Cláudia já operava sua máquina de filmar súpera. E hoje, aos 28, a atriz tem um forte desejo:

- Adoro cinema e pretendo produzir e dirigir um filme. Esta semana estréia em São Paulo "A bela palomeira", que protagonizei, mas pelo visto, só volto às telas se eu mesma fizer tudo.

Por enquanto, porém, nos momentos de folga da novela "Vamp", Cláudia Ohana vai concluindo o repertório do show em que iniciará para valer a carreira de cantora e as negociações da gravação do seu primeiro disco. No entanto, ambos só acontecerão após a gravação da última cena de Natasha, que, por sinal, já está na mente da atriz:

- Ela deveria libertar-se da maldição, continuar cantora e formar uma banda de rock com o Lipe. E, para encerrar, reservaria uma grande dança dos vampiros.

Por Marcos Salles
O Globo
17/11/1991

2 comentários:

  1. Final ridículo esse que a Claudia queria,ainda bem que não era ela quem escrevia a novela,o Calmon fez um final perfeito e inteligente,ao meu ver, foi o grande triunfo dele na novela ter sido realista em relação ao Lipe,que era um mocinho típico, um heroizinho, jamais ia se encaixar no mundo sombrio da Natasha,seu lugar era de fato ao lado da sua mocinha vitoriana Lena,e ao mesmo tempo ter deixado a história como uma interrogação que faz dela um sucesso até hoje.Natasha se libertou ou não do Vlad? Essa é a pergunta que ficou no ar e que mantem a chama da novela acesa,qualquer idiota que mecher nesse final estraga o "diferencial" da novela e o que a tornou eterna, Calmon foi um gênio em Vamp,acertou em praticamente tudo, só não foi perfeito pq perfeição não existe.

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  2. Eu adoraria ter visto este final que a Claudia disse... porém se realmente o Lippe amasse a Natasha... como ele nunca amou... acho que ela merecia ter encontrado sim um AMOR VERDADEIRO... porém O KE DE NADA IMPEDIRIA FICAR A INTERROGAÇÃO se ela se libertou ou nao da MALDIÇÃO... eu particularmente creio ke NAO e ke NATASHA continou carregando sobre si a maldição dos seus antepassados... o final DA NATASHA É MUITO TRISTE ALIAS A HISTORIA DELA DO INICIO AO FIM É TRISTE.

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