O gênero "terrir" de Antônio Calmon está fascinando tanto os leigos quanto aqueles que realmente entendem do assunto. Manuel Carlos atualmente às voltas com a elaboração do texto de "Felicidade", a próxima novela das seis da Rede Globo - é exemplo disto. Ele diz que a trama merece a audiência que tem.
- Não há quem não goste de histórias fantasiosas. Sejam crianças, adolescentes ou adultos. Desde menino, há 50 anos, vejo temas como esses fascinarem. O assunto exige talento para não ficar banal. "Vamp" é fruto do amadurecimento do Calmon, um autor que sabe lidar com o tema. Não, vejo nenhuma novela no passado que se compare à esta, pois o conjunto de qualidades de "Vamp" é grande. Sem falar no título, tão simples e perfeito - analisa.
Aguinaldo Silva é outro apaixonado confesso pela novela de Calmon. Para ele, o melhor da trama é o próprio roteiro, que considera "muito bem escrito". O autor de "Garimpo", a próxima novela das oito da Rede Globo, diz que vem acompanhando "Vamp" e revela que tudo o que envolve as crianças e jovens da história vem lhe despertando um enorme interesse.
- O desenrolar do núcleo infanto-juvenil é excelente. A maneira como o Calmon vem tratando os vampiros e engraçada, leve. São vampiros brasileiros, e não uns darks quaisquer. Pelo tom de brincadeiras me lembro na hora de "Que rei sou eu?". São duas novelas, dirigidas pelo Jorge Fernando, que optaram pelo humor e conseguiram cumprir a proposta de forma exemplar - acredita Aguinaldo Silva.
A abertura para trabalhos menos realistas faz com que Ricardo Linhares, escritor de "O Dono do Mundo", "tire o chapéu" diante de "Vamp". O autor acha que, de vida real, basta a de cada um:
- O realismo se esgotou e, daqui pra frente, a fantasia é que vai conquistar o público.
O Globo
26/8/1991
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